Não dá para acompanhar, menos ainda para falar de cinema.
Num dia, liberam o impeachment e o golpe é contra a Dilma, dizem uns.
No outro dia, proíbem o impeachment e aí, dizem outros, é golpe…
Qual será nosso amanhã, perguntava-se Raoul Walsh no célebre filme de guerra.
E por conta disso, coisas passam.
Marcelo Coelho – que é sempre agudo, desta vez soube ver em filmes como “Ave César”, “Trumbo” e mais alguns uma evocação da Guerra Fria e, se bem entendi, da Guerra Fria como uma bela época, o tempo em que pelo menos era possível saber quem era o inimigo.
Fantástico. Mas há outra razão para essa evocação tão frequente dos anos de pós-guerra nos EUA: o dinheiro da indústria de cigarros.
Essa foi a idade de ouro do cigarro. Todo mundo fumava. Portanto, fazer filmes sobre essa época é, quase obrigatoriamente, botar gente fumando.
É por onde ainda se pode fazer alguma publicidade dos cigarros.
Duvido que eles não botem um monte de dinheiro nesses filmes.
Jorge Coli – Num artigo na Ilustríssima ele diz, se bem entendi, repito, que a direita no Brasil não tem necessidade de elaborar um pensamento porque se acha com uma espécie de direito divino ao poder. Um direito natural.
O que atrapalha também a esquerda, que não tem referencial a combater (desculpe: como enfrentar, por exemplo, o anticomunismo em nossos dias…), nem tem muito como se desenvolver.
Christian Petermann – O Petermann Pan se foi. Era um ótimo sujeito. Que horror! Nem 50 anos. Asma nessa secura absurda e depois as decorrências. Eu gostava sobretudo do sotaque dele. Embora brasileiro, falava como um estrangeiro que tivesse chegado muito cedo ao Brasil. Ia àquele programa da TV Gazeta e eu brincava que ele era o galã da nossa categoria. Enfim, muito ruim, muito triste.