A relevância do “Cinema Ritrovato on Tour”, que vai de 5 a 19 de maio no Centro Cultural São Paulo e de 6 a 13 de maio na Biblioteca Mário de Andrade, está menos no programa de filmes, onde há coisa muito interessante, do que no alerta que representa.
Esses filmes restaurados que vamos ver são um negócio para europeus e americanos.
Para nós aqui, restaurar filmes é um luxo quase inútil, atender a reivindicações de artistas chatos (às vezes da família dos realizadores e tal), coisas do tipo.
Se esses filmes acabassem de vez ninguém choraria nos governos (ou poucos, ou de vez em quando, ou algum secretário do audiovisual).
Que acabem.
O problema é que… Para americanos, japoneses, europeus e todos mais, restauro é mais investimento que despesa.
Aqui toda a verba de que se dispõe e um pouco mais vai para produção. Temos pilhas de filmes produzidos e nem ao menos distribuídos.
Temos milhares de latas a perigo a que ninguém dá bola.
Lá está o nosso passado. Como arte, como cultura, como acertos ou equívocos.
Isso vira conhecimento com o tempo. Quer saber do Rio dos anos 50? Que tal “Rio 40º”?
Mas cadê o filme? Ainda existe?
Existe o interesse cultural, mas esse se transforma também em algo rentável, que se paga.
Isso o “Ritrovato on Tour” tem a nos ensinar.
Quer saber? Duvido que aprendamos.