O Horror

Por Inácio Araujo

(Desculpem por voltar a isso na hora em que há bons filmes para ver: voltarei a eles. Por ora, o deprimente espetáculo de domingo não pode passar em branco):

O horror! – dizia o coronel Kurtz.

Mas, dizia o Bressane:

“O horror não está no horror”.

O horror está no Congresso Nacional. Na Câmara dos Deputados em especial.

Não por ter votado contra isso ou favor daquilo.

Isso é o detalhe que passa.

Quem assistiu à votação meio atentamente terá notado o enorme, assombroso número de caras que votavam em nome de Deus.

Não é o Deus da demagogia habitual.

É o Deus de um projeto evangélico de poder que vem se desenvolvendo há pelo menos 30 anos (mais um pouco, na verdade), que começou quase tímido, que hoje já tem uma bancada decisiva, eu diria quase dominante na Câmara.

Aquelas coisas de ensino religioso e tal são apenas a cereja do bolo, aquelas coisas em que eles se encontram com os católicos. Aquelas coisas de estigmatizar direitos de homossexuais passam como se fosse apenas uma sobremesa na hora de tirar a Dilma fora etc.

Mas não: é um plano sinistro, absolutista, opressivo.

Nossa Santa Imagem

Quem ainda se orgulha desse papo de impeachment democrático e imagina que está pegando bem no mundo inteiro, terá de acertar contas (manda o cadáver do Brilhante Ustra ver se resolve) com Christine Amanpour, âncora de Amanpour, programa da CNN.

Ela não embarca nessa história, não.

Aliás, está pasma…

Pior que ela só Glenn Greenwald, do site The Intercept que manda correspondência do Brasil.

Pode ir atrás do Intercept, aliás. Tem tradução em português.