Com Sergio Sollima no faroeste espaguete

Por Inácio Araujo

diadesforra

Na caixa que saiu de bang bang italiano a primeira coisa que quis ver foi “O Dia da Desforra”: de Sergio Sollima com Lee Van Cleef. A caixa tem uns cineastas incensados, mas, cá pra nós, bem de segunda linha.

Com exceção do Sollima. O bang bang italiano tem características bem especiais. Era bem cinema popular. Para brutos. Não no mau sentido. Pessoas tipo estiva, que precisam compreender o mundo pelas bordas. Tipo os brutos também amam. As coisas têm que ser bem simples.

Mas o Sergio Sollima (que tem ao menos um policial notável, já não me lembro o nome) é matreiro. Vai partindo do simples para o complexo. Sai de um caçador de recompensas que está sendo cortejado para ser senador. Ele vai perseguir um bandido mexicano ao longo do filme inteiro, e enquanto o tempo passa o caldo vai engrossando, algumas revelações surpreendentes vão surgindo.

E problemas de Texas e México vão se misturando a problemas bem peninsulares.

Há, no mais, um tipo, um matador austríaco, 33 duelos e 33 viúvas, conforme diz alguém. Matador de primeira linha. Faz uma bela homenagem ao von Stroheim.

Belo filme.

Tudo isso muito bom, mas no faroeste espaguete fala-se pouco de Damiano Damiani, que é um dos melhores. Queria rever coisas dele. E há também o Sergio Corbucci, muito simpático, bem comuna, bom cineasta, não ótimo.