Não quero escrever de nenhum filme. Nem dos Orson Welles que acabam de sair. Nem do Murilo Salles, que ficou aborrecido com o que eu entendi de seu filme. Quero falar de outra coisa. Lembrei esses dias dos antigos colegas do Jornal da Tarde, porque cruzei com o Fernando Morais na Saraiva do Shopping Higienópolis e demos um grande abraço, porque ele lembrou que eu lhe disse certa vez que ele não teve sorte nas adaptações de seus livros. Mas com “Chatô” achei que foi diferente. Saiu um filme estranhamente bom, porque eu fui lá esperando pelo pior, por uma coisa que levou 20 anos para ser feita. Mas me pareceu mais moderno do que quase todos os filmes de agora, com exceção daquela coisa de Chacrinha, que é terrivelmente datada.
Do Fernando passei ao Maurício Kubrusly, que eu costumava encontrar sempre na Mostra. Um dia ou outro a gente se achava. Mas nos últimos anos não coincide mais, não o vejo mais. Não lembro do Rubens Ewald, que encontro sempre, não conta.
Quem me recebeu no jornal foi o Laerte Fernandes, que logo deixou de ser chefe de reportagem. O Fernando Portella, que passou a chefe de reportagem, era um repórter fantástico e também um escritor e uma pessoa adorável.Até algum tempo atrás tinha um site com seus contos (aderiu à modernidade, não queria saber de papel…).
O pessoal mais poderoso: Mitre, editor de geral, Ivan Angelo, secretário (fiz um júri com ele há algum tempo, continua a gentileza em pessoa), Flávio Márcio, copy da Primeira Página (morreu cedo, o Flávio), Murilo Felisberto, o editor-chefe (morreu cedo, também, mas não tanto: cruzei com ele na praça Vilaboim, no tempo do Café Romano), o Carlinhos Brickman, de política.
O Brickman vivia discutindo com aquele jornalista português, me escapa o nome, era um exilado, um anti-salazarista, mas não só, um comunista bem comunista mesmo. Só que ele escrevia o editorial do Estadão, o pensamento do dr. Julinho Mesquita. Era uma coisa maluca, porque o dr. Julio (Filho, daí ser chamado Julinho) era, como se sabe, reaça, mas os dois se davam bem.
No esporte eu não lembro quem era o editor. Acho que um deles era o Marcão Faerman, mas ele vivia sumindo. Alguém anunciava que a polícia estava chegando, ele saía pelos fundos. Ali também começou o Paulo Moreira Leite, que, caramba, era um adolescente, se bem me lembro.
Na reportagem havia o Waldo Paoliello, para começar. Mas isso vai longe. Continuo amanhã (ou depois).