Laranja Mecânica

Por Inácio Araujo

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O fabuloso filme de Kubrick nos fala, em suma, uma maneira de combater a violência anárquica, perversa, com violência oficial.

Uma ficção, certamente.

Agora, no mesmo dia em que vejo um belo programa sobre o filme da série “Filmes que Marcaram Época”, do canal Curta!, vejo no telejornal que agora se difundem no Brasil os colégios militarizados.

Sim, os meganhas educadores.

Ou seja, para combater a baderna de classe das crianças pobres coloca-se nelas uma camisa de força. A disciplina como lei, como obrigação, como método. A repressão como método educativo.

No mesmo programa Elisabeth Roudinesco fala da ineficácia das terapias comportamentais. Ela diz que são ciclos, que afinal o sujeito retorna ao estado original.

No que vai dar isso?

Essa obsessão com a violência, que não reconhece aí, nem a pau, a questão de classe implícita, tem tudo também para acabar em besteira.