Uma pintura, dizem os locutores esportivos, diante de uma bela jogada.
Uma pintura, digo eu, a que resolvi fazer em casa.
Não me lembra a pintura dos esportes, mas “O Iluminado”, com o cara que vai enlouquecendo com a solidão, o frio, o branco, o vazio do lugar.
Mas o assunto é Godard.
O filme entra agora esta semana: “Adeus a Linguagem”, talvez? “Adeus à Linguagem”? Adeus Linguagem”?7
Tudo é ambiguidade em Godard. Quem espera compreendê-lo à maneira como se compreendia um filme antes dele, esqueça: não é por aí.
É a ambuigidade! E se Godard é isso, como imaginar que ele não faria um filme em 3D?
3D 2D. Adeus. Há Deus?
Imagens que se desdobram. Palavras que chegam a nós como torrentes. Que ele vai tirando de uma pilha de escritores, nomeados no final de tudo.
O centro, se é que dá para chamar assim, me pareceu, é o fim da Europa, a decadência, a velhice de sua civilização. E entram todos esses caras grandes, ele inclusive, mas isso é o passado, é o que foi, o que não foi substituído por mais ou menos nada. Algo agônico, o filme, mais esse. De uma beleza que já não se vê mais. Quase nunca. Uma pintura…
Certa vitalidade no desencanto…