O ar que vem de fora

Por Inácio Araujo

fellipe

Fellipe Barbosa informa que seu “Casa Grande” entrou em Paris com muito boa acolhida de imprensa.

É uma notícia muito boa. Aos poucos, os melhores dessa geração vão abrindo caminhos, vão criando uma personalidade, digamos, nacional, algo capaz de representar uma imagem brasileira no exterior.

Isso é importante, porque hoje os cineastas dignos estão meio acuados, por assim dizer.

Não têm prestígio internacional que repercuta aqui dentro.

E aqui dentro também são vistos com desconfiança.

Então, é bom que haja afirmação internacional de um cinema que não está copiando fórmulas, que está pensando o mundo em que vivemos.

Acho que temos núcleos interessantes: vários em Pernambuco, Fellipe no Rio, o pessoal do Filmes do Caixote aqui. Isso no longa e de ficção.

No curta, há outros tantos.

Enfim, aos poucos vai se formando a imagem de uma geração que teve, afinal, que partir do zero.

Do zero? Menos que zero. Ainda são pressionados por esses filmes popularescos muito ruins da Globo e adjacências.

Então, que venha um pouco de ar de fora.