Na Noruega. Depois que o filho é morto, um empresário exemplar sai em busca de vingança.
Desculpem, mas o primeiro filme de que lembrei foi “Desejo de Matar”. Mas não é ideológico como ele.
Nem tolo. Não é ter um trabuco na mão e a convicção de que está fazendo justiça.
Em “O Cidadão do Ano” o cara pouco se lixa para a justiça.
Ele tem a vida destruída. Ele quer se vingar. Ponto.
Sim, há um segundo filme que, de modo mais pertinente, me ocorre: “Os Corruptos”.
Há no personagem algo do Glenn Ford desse filme. No caso do Glenn Ford, no filme do Fritz Lang, mataram a mulher do cara. Ele era policial. Sai da polícia para se sentir livre. E o que o move é um ódio incontrolável. Ele também se lixa para a justiça e detalhes do tipo.
É como se esses personagens buscassem na destruição um sentido para suas existências.
E as cenas em que ele sai limpando a neve com aquela máquina gigantesca são notáveis.
Qualquer um pode ser um assassino, nos dizem esses filmes. Mas só uma razão vital muito forte os leva até lá.
É uma espécie de vitória do amadorismo (mais acentuada aqui).
O grande traficante do filme é um profissional do crime, mas em matéria de ódio é um amador.
O Cidadão do Ano é um filme como os americanos sabiam fazer e já não fazem.
Mas tem personalidade nórdica, o que é bom.