Orson Welles no Belas Artes

Por Inácio Araujo

orson

Se uma coisa decepcionante aconteceu no Belas Artes, no sábado, quando a fascinante Oja Kodar palestrou, depois da exibição de “F for Fake” (Verdades e Mentiras) de Orson Welles foi ver que a plateia não estava cheia.

Não estava vazia também, é verdade. Mas, caramba, é um filme que passa raramente, um filme excepcional. E estávamos em presença da viúva de Welles, atriz e colaboradora de seus últimos trabalhos.

Caramba: Orson Welles.

Ok, isso foi no mesmo dia em que a Cinemateca tinha uma sessão a céu aberto de “Deus e o Diabo”. Infelizmente, temo que não tenha havido grande divisão de público.

Oja Kodar, resfriada e tudo, é um espanto de simpatia e desenvoltura, para não falar de sua beleza. Falou de seu encontro com Welles, de sua colaboração com ele em “Verdades e Mentiras”. Eu tinha preparado uma absurda lista de umas dez ou doze perguntas, para o caso de ela ser monossilábica.

Nada. Fala bastante e fala muito bem.

Deu, no fim, para encerrar comentando o amor de Orson Welles pelo Brasil. Podia ser uma empreitada diplomática, mas suspeito que não era.

Enfim, a decepção final é que sua palestra durou menos de uma hora, quando todo mundo na plateia tinha o sentimento de que aquilo poderia durar umas três horas e ninguém ia se sentir cansado.

Que o diga a Tata Amaral que estava lá.

(Ah, se alguém reclamar: eu queria abrir para perguntas logo após fazer a minha segunda, mas não houve tempo. Fica para a próxima).