Tiradentes-sur-mer e outras mostras

Por Inácio Araujo

mostra_tiradentes_2015

Quer dizer, não é. Mas o nome me pareceu legal para a versão paulista do Festival de Tiradentes, que pelo terceiro ano chega a São Paulo, a partir de hoje.

Não será no CineSesc, mas no Sesc da rua Dr. Vilanova, ali pertinho da Maria Antonia.

O local é bom, mas espero que seja na sala de teatro, que dá para a rua e é muito legal.

Quanto a Tiradentes, não sei se já disse, há alguns anos que não consigo ir para lá: não dá para ficar fora de SP por uma semana e, para viajar por 3 dias é muito duro: avião + quatro horas de estrada não é mole. Especialmente porque avião significa chegar ao aeroporto pelo menos uma hora antes e depois o voo atrasa, essas coisas.

Mas continua a ser um festival de prospecção por excelência e para mim o mais interessante do pais: continua atrás de cineastas novos, de um fazer inovador, dessas coisas que o chamado mercado rejeita.

Nesta edição destaco, desde já, o filme Retratos de Identificação, de Anita Leandro, que é um mergulho terrivelmente bem documentado na tortura.

Mas certamente haverá outras coisas a ver.

Fora do Oscar

No Sesc de Rio Preto ainda está rolando a mostra “Os Injustiçados do Oscar”. O pessoal de lá fez a gentileza de me convidar para escolher os filmes. Não que a ideia de injustiça, no caso de premiações, me seduza: a injustiça é o principio. Mas deu para mostrar dez filmes e, em alguns casos, talvez apresentar coisas que as pessoas por lá ainda não conheciam, como um Fritz Lang dos anos 50 (No Silêncio de uma Cidade), um Samuel Fuller (Shock Corridor) e mais alguns filmes e/ou cineastas.

Mas me pareceu interessante incluir outras categorias: Gordon Willys, o fotógrafo, por exemplo. Ele é o maior fotógrafo americano moderno, mas nunca ganhou Oscar e só foi indicado duas vezes (nenhuma por O Poderoso Chefão), o que é maluco.

Depois, incluí o Richard Burton, que foi indicado umas mil vezes e sempre saiu de mãos abanando de lá, e Natalie Wood, que era um gênio, mas os gênios de Harvard sempre davam o prêmio de pior atriz do ano para ela. E daí Harvard deu ao mundo “Love Story” e passou um diploma de anticinema a si mesma.

Enfim, curti muito fazer isso e espero que outras pessoas também tenham se divertido com os filmes.