Remédio amargo
A nova economia nacional trouxe de volta a expressão “remédio amargo”.
E é pronunciada com um prazer quase carnal pelos chamados especialistas.
Remédio amargo significa que os pobres vão se ferrar.
Que a classe média pode até lucrar um pouco, se tiver dinheiro em aplicações.
Que os ricos vão lucrar ainda mais.
Remédio amargo é desemprego, recessão, impostos sobre consumo etc.
Não taxação sobre riqueza, que isso não é remédio que se ofereça: seria amargo para uns poucos, especuladores, banqueiros, privilegiados em geral que vivem chorando as pitangas a qualquer coisa que aconteça.
Amargo só
Hugo Aníbal foi meu aluno no ano passado e se tornou um amigo.
Ex-advogado, acabava de renunciar à função de pastor na Igreja Presbiteriana, não por motivos doutrinários, ele me disse, mas porque queriam controlar a vida pessoal dele.
À parte a religiosidade reformista, era um nordestino alegre, comunicativo, de fala fácil, porém pertinente.
Cinéfilo de longa data, sempre tornou as aulas melhores com suas intervenções brilhantes.
Sofreu um infarto e foi levado ao Hospital São Paulo na última quinta-feira. Recebeu um stent, mas surgiram depois complicações cuja natureza desconheço.
Faleceu na sexta-feira, dia 13.
Nós brincávamos muito, pois ele era um homem de fé e eu nem tanto.
Bem, espero que Deus exista e que agora o esteja recebendo feliz.