Anita

Por Folha

Anita Ekberg não foi uma grande atriz. Foi uma grande estrela. De Fellini, sobretudo.

Há pouco o filme argentino “Elsa e Fred” a homenageou, aliás: era a garota que, em “La Dolce Vita”, entrava na Fontana di Trevi para um banho noturno que virou logo um ícone de liberdade e sensualidade.

O cinema quase não se importa com grandes atrizes, eis a verdade.
Mas lá estava ela, novamente, nas Tentações do Dr. Antonio, o episódio de Fellini em “Bocaccio 70”. Era a garota que posava para um anúncio de leite (“produto italiano”). Então havia ali sensualidade (os enormes seios de Anita), humor, referência ao matriarcado italiano e à repressão que vitimava os drs. Antonios do mundo e os tornava agentes da repressão, aliás.

Sem olhar no IMDb não me lembro de mais nenhum filme que tenha feito, em que tenha se destacado.

Mas, francamente, não precisava: bastam esses.
Adio, bella.