O jogo da imperfeição

Por Inácio Araujo

 

(Photo : WikiMedia Commons)
(Photo : WikiMedia Commons)

1. Keira

Acontece comigo, talvez aconteça com outras pessoas: o que me parece encantador em Keira Knightley é justamente o fato de ter certas imperfeições na arcada dentária. Em cima, há dois dentes que se encavalam um pouco, e os dentes bem dianteiros, os que precedem os caninos, não formam um arco perfeito, são quase retos.

Na arcada inferior, há uns dentes mais para frente e outros mais para trás.

São coisas sutis, mas que fazem a atualidade de uma atriz: ela não tem que ser aquela coisa perfeita da Hollywood clássica (e de alguma contemporânea). Torna-se palpável, humana: interessante, em suma.

2. Jason

No filme de Jason Reitman, que comentei há dias, existe algo que poderá no futuro ser mais bem explorado, já que esse lance de celular, de teclagem, parece fascinar os produtores, parece que torna os filmes “up to date”.

É que essa ausência de contato direto, entre humanos, ou a existência de contatos codificados a partir da experiência da internet e dos celulares, provoca um desconhecimento amplo, uma impossibilidade violenta de experiência que venha de pessoas e não das máquinas interpostas.