Lobão e os fascistóides

Por Inácio Araujo
O cantor Lobão durante ato na Paulista (Foto: Mariana Topfstedt/Sigmapress/Folhapress)
O cantor Lobão durante ato na Paulista (Foto: Mariana Topfstedt/Sigmapress/Folhapress)

 

Não vejo que vantagem levam os atores quando declaram voto em um candidato ou coisa assim.

Lembro que Regina Duarte ficou marcada por conta daquela história do “eu estou com medo”. E houve quem ficasse mal por ter apoiado o Collor, ou não sei mais quem.

Tudo que o ator tem a ganhar nesses casos é a antipatia de uns 50% da população.

Além do mais, por que eu iria seguir o Fagundes, ou a Maitê Proença, ou não importa quem?

Cada um tem seu modo de ver as coisas e interesses a defender.

Isso para dizer que com músicos, isso funciona diferente. Por alguma razão, todo mundo quer saber em quem vota o Chico Buarque, o Caetano, o Gil etc. E nem por isso deixarão de ir ao seu show por causa disso.

O fato é que não concordo com essa história de falarem mal do Lobão porque ele se põe contra a Dilma. Por quê? Seria proibido, por acaso?Não se pode mais ter opinião contrária a quem quer que seja?

Posso nem concordar com ele, mas o importante é que sua opinião seja tão respeitada quanto a do Chico ou do Caetano.

Verdade, acho que conscientemente ao menos nunca ouvi uma música do Lobão.

Mas me parece que fez muito bem em pular fora daquela manifestação em que os caras começaram a pedir intervenção militar.

Ser do PSDB ou lá de quem seja é uma coisa, ser antidemocrático é outra muito diferente.

Entre as pessoas que vêm com essa ideia de jerico há duas categorias: os bocós que não têm ideia do que seja uma intervenção militar e a consequente ditadura e os que procuram se aproveitar dos bocós, gente da pior espécie.

Seria desejável que certos políticos se distanciassem dessa gente.