Para começar, de teatro.
Só na última semana pude assistir ao “Sylvia Plath”, na bela montagem de André Guerreiro Lopes.
Ele já me havia impressionado como diretor e ator. Desta vez, a partir basicamente do roteiro de textos organizado por Gabriela Mellão, produziu um espetáculo em que entra tudo: projeções de texto, luzes, sombras, escuros, sons, cena, água.
Quanto à cena, o espetáculo é, a rigor, da Djin Sganzerla. O André Guerreiro apenas a acompanha, na condição de marido. A insana, a radical, a sofrida é Sylvia Plath.
Uma única restrição. O teatro do 3º. andar Sesc Pinheiros, que alias, honestamente, se qualifica de Auditório, é bem precário para a prática teatral: o que tinha de cabeça na minha frente (e na dos outros, a partir da segunda fila) não era mole. Invejei o pessoal da primeira fila, até a hora em que Sylvia/Djin, que passa boa parte do tempo debatendo-se na água, joga água para trás. Não é à maneira do Zé Celso, é algo dela com ela, diz respeito ao seu sofrimento, mas molha do mesmo jeito. Eu, na terceira fila, ainda levei umas gotas. Mas os caras da primeira deviam agora estar com inveja de mim.
E depois de política, claro
Pelo seguinte: achei perfeita a intervenção de Xico Graziano, que vale para os eleitores de extrema-direita do PSDB como para políticos do partido que se omitem diante de insânias como pedir recontagem de votos sem nenhuma evidência de fraude que não seja alguns cretinos chiando no computador (dito: redes sociais).
Essas coisas estão contando com, no mínimo, a omissão dos chefões partidários. Não dizem que aprovam, mas se der certo… Vamos ao golpe e pau na máquina.
O que Xico Graziano fez foi lembrar que p PSDB não é um partido de extrema direita. Recentrar não só a discussão, como tirar seu partido da armadilha da direitização.
Coisa que de vez em quando a gente já vai esquecendo.
Aliás, verdade seja dita, também o Alckmin botou uns panos quentes. Mas aí vamos ficar no morde-assopra habitual: governadores se acertam com presidência para descolarem umas granas; deputados ficam naquela de retórica radical e tal e coisa.
O Alckmin, na verdade, representa ao máximo o ideal paulista de governo mínimo: não faz muito nada, fica lá sem tesão, como dizia o Skaf, mas é isso o que o paulista quer.
Agora, não pode exagerar na embromação. Por mim, racionamento de água já tinha de ser feito há muito tempo. Outro dia veio um cara da ONU e disse mais ou menos a mesma coisa. Às vezes não é preciso entender tanto assim. Com um pouco de bom senso a gente vai levando.