Quer saber? Estou meio perdido. Não sei sobre que filmes escrevi e sobre quais não escrevi.
De “O Pequeno Quinquin” eu já falei?
Está bem afiado, o Bruno Dumont.
Já o Assayas achei abaixo dos seus últimos filmes, o que não é de espantar, porque eram mesmo soberbos. Às vezes ele se torna um tanto tradicional. Às vezes esse tradicional esconde uma secreta divergência. Aqui não me pareceu. Mas vale rever.
Amos Gitai voltou afiado, também, com “Tsili”: bem misterioso. Difícil fazer um filme em que, até a metade, o espectador não sabe do que se trata.
Noboru Nakamura: três filmes. Ô japonês desigual. “Lar Doce Lar”, de 1951, parece filme de esforço de guerra, de pregação da solidariedade num Japão empobrecido.
Já “Quando a Chuva Cai” trata de mudanças de costumes, à moda caseira e melo da Shochiku. Uma moça tem o casamento prejudicado com o rapaz que a ama (e a quem ela ama também) porque sua mãe é concubina.
Deriva daí o vale de lágrimas: a revolta da garota é o ponto de partida. A garota é a Mariko Okada. O rapaz, Keiji Sada. Tem também o Sô Yamamura no elenco, quer dizer, um pessoal que trabalhava com o Ozu bastante.
Revela-se um bom artesão, mas o cuidado que coloca nas premissas do filme não se mostram na parte final, que é dedicada a um xororô sem fim.
Já “Paixão Mórbida” me pareceu o mais moderno dos três, com a história da garota revoltada que cai de amores por um cara legal que, só mais tarde, se revelará um yakuza. Os métodos da máfia japonesa são colocados bem em destaque e os personagens têm uma consistência mais real.
E lá vou eu correr porque hoje passam os filmes do Victor Erice e isso eu quero rever: é um deslumbre.