38º. Ano da Mostra. 2o. ano sem o Leon Cakoff, se não me engano.
Mas, olha, vou dizer uma coisa: a Renata Almeida se virou maravilhosamente.
A mostra deste ano está um arraso.
Claro, logo chama a atenção uma Retrospectiva Almodóvar.
Mas, francamente, o que mais me interessa ali são os primeiros. Nada contra, mas é que a gente pode ver sempre, tem em DVD e tal.
Agora, especial, em se tratando de Espanha, é mesmo o Víctor Erice. Cineasta de poucos filmes, mas o melhor. Desculpe, melhor que o Almodóvar. Da altura do Buñuel. Um monstro que, infelizmente, filma raramente e raramente chega por aqui.
Da França vem o novo Assayas, o que é sempre um evento, e o Bruno Dumont, com “P’tit Quinquin”, muito forte.
Amos Gitai volta com essa questão que tem lançado mais recentemente: o que é ser judeu?
Sabe-se: não é fácil.
Jia Zhang-ke vem na forma de um belo livro basicamente de entrevistas feito por Michel Frodon e Walter Salles Jr. Muito a dizer sobre o cinema dele, mas, mais que isso, sobre a China recente e suas imensas transformações, que, aliás, ele costuma documentar.
Do Japão vêm três filmes de Noboru Nakamura, entre outros.
Bem, isso para não falar da retrospectiva Marin Karmitz, que terá 29 filmes do produtor francês, que montou um grande grupo apenas com filmes de primeira linha (independentes e autorais).
Atenção, pois há Manoel de Oliveira, com o curta “O Velho do Restelo”, absolutamente admirável.
E ainda um filme sueco bem interessante, chamado “Força Maior”.
Isso entre várias outras coisas. Para saber a programação completa, vale ir ao site da Mostra. É algo como 38.mostra.org ou algo perto disso.
Procura, pô.
A gente passou o ano comendo o pão que o diabo amassou. Foi um ano infernal. Agora dá pra tirar a barriga da miséria (e colocar em questão nossa distribuição/exibição).
O Egypto é aqui
A propósito disso tudo: nosso amigo Antonio Carlos Egypto, que é psicólogo de nascença e publica suas críticas regularmente no site Cinema com Recheio, está lançando “Sexualidade e Transgressão no Cinema de Almodóvar”.