Esse é o nome do primeiro filme que me fez amar o cinema.
Antes houve a Sessão Zig-Zag: metade do prazer vinha do Tom&Jerry, metade porque meu pai é que me levava aos domingos, no cine Rio, que depois virou Teatro Record Consolação e depois foi destruído num incêndio muito estranho.
“Se Todos os Homens…” era um filme, veja você, do Christian-Jacque.
Havia um navio cargueiro. E no meio do mar esse navio é atingido por uma peste. Uma espécie de peste, porque vinha da carne que comiam (carne de porco, suponho). In extremis, um avião passava já quase no final soltando os medicamentos. Eles caíam de pára-quedas.
Mas havia um vento que os levava para longe do navio. Os homens estavam fracos demais para buscar os remédios. Entregam-se à morte. Mas havia um marinheiro que ainda tinha forças, porque era,acho, muçulmano. Ele nada até os remédios, recolhe os caixotes e os traz para o navio.
Esse marinheiro era discriminado? Acredito que sim, mas não posso jurar. Ele era negro, isso é certo, e foi coisa que me tocou muito.
Em suma, era um filme anti-racista. Revi anos depois na TV, uma vez só. Na época, quando passou por aqui, eu enchia o saco do pessoal lá em casa para rever o filme. Salvo erro, vi umas cinco vezes. No Normandie, no centro, mas também no Radar, da av. Santo Amaro… Desses eu me lembro.
Quando revi o filme pensei que não era nada mau. O que acharia hoje?
Não importa. Lembrei por causa do goleiro negro do Santos, o Aranha, que foi hostilizado de maneira repulsiva por torcedores do Grêmio.
Mas eu não queria falar de torcidas. Disso já se falou o bastante.
Queria perguntar a essa pobre rapaziada, que se acha tãããããõoooo perseguida pelo “politicamente correto” se o racismo e o antissemitismo fazem parte do vasto repertório de atitudes que os oprime.
Porque eles vivem reclamando desse tipo de coisas. Não pode mais chamar o negro de neguinho, ou crioulo, ou macaco…
É um mundo de fato muito opressivo, esse em que vivem. Já não podem nem mais ser sordidamente racistas sossegados…
Sim, porque esses caras, com seus livros inocentes e artigos idem são os ideólogos desses bobos que vão ao campo de futebol para… Enfim, para isso.