Ninguém gosta do Haddad. Os inimigos do PT porque ele é do PT. Os caras do PT porque ele não é suficientemente do PT. Os choferes de táxi porque não gostam de nenhum prefeito.
Bem, acho que por tudo isso mesmo eu gosto do Haddad.
São Paulo tem isso: vive falando mal dos políticos.
Mas se um prefeito não é político, quer dizer, diz que vai fazer uma coisa e faz é aquele deus nos acuda.
Todo mundo acha que precisa melhorar o transporte público.
Mas não com faixa para ônibus.
Antes de fazer a faixa tem que melhorar os ônibus antes.
E pronto: entramos naquela história do ovo e da galinha.
Agora vai começar o drama com as faixas de bicicleta.
Já avisei pra um chofer de táxi: – Se prepare que daqui por diante vai piorar. Isso é mundial.
E agora já começou a ameaçar com o fim do Minhocão.
Que fará o paulistano sem Minhocão?
A cidade corre o risco de ter, novamente, um Centro.
E o paulistano já se acostumou a ser acêntrico.
Então eu devo dizer que estou com os 13% que aprovam o prefeito.
E que espero que ele faça um monte de coisas irreversíveis antes de um demagogo qualquer virar prefeito, na próxima eleição.
Porque o paulistano é esquisito: adora um Maluf, um Adhemar, um Jânio… Uns caras que em geral falam muito mais do que fazem, e quando fazem o que era melhor não ser feito.