De vez em quando algum de nós, jornalistas, se afunda nesses abismos da notícia: um buraco negro que o cara é capaz de pressentir, mas ainda assim se afunda. Depois, só resta a vergonha. Se sobrar algo.
Aconteceu há alguns meses isso com Mario Sergio Conti, que viu um Felipão durante um voo e logo tratou de grudar no cara para conseguir uma exclusiva.
E conseguiu, mas ele não era o Felipão, e sim um sósia do Felipão.
Por um motivo, fui atrás da notícia agora. Mas não encontrei o texto – admita-se, sou um mau pesquisador de internet.
A questão é a seguinte. Esse texto foi esquecido, como falso. Ok.
Uma coisa que me lembro, porém, é que o falso Felipão dizia que sua preocupação era com a defesa!
Era a parte mais maluca do texto, já que a defesa era o que menos preocupava no time do Brasil. O ataque, sim, é que não fazia bulhufas.
Mas aí veio o 7 a 1. E o falso Felipão podia muito bem dizer: – Eu não avisei?
Ou, indo um pouco mais longe: talvez o verdadeiro Felipão fosse o falso Felipão, e o verdadeiro Felipão fosse apenas um sósia que botaram ali para tomar conta do time.
O abismo às vezes não tem fim.
Por que me lembrei dessa história?
Não sei, ou não importa.