De Ozu ao Horror

Por Inácio Araujo

Está difícil de acompanhar o ritmo da Versátil. Mal consegui dar conta do volume 2 dos filmes de Ozu (com raridades como “Uma Galinha ao Vento”, entre outros, que dão bem ideia da variedade do cinema do mestre japonês), e eles aparecem com uma caixa de cinema de horror.

Clássicos? Sim, mas de certo modo inesperados. Do Jacques Tourneur, por exemplo, tem “A Noite do Demônio”, filme excepcional que eu não vejo há décadas. É o filme que passa, para quem se interessar na TV em “Filme Demência”, de Carlos Reichenbach.

Há Mario Bava (O Chicote e a Carne, não conheço), Roger Corman (The Mask of the Red Dead), Robert Wise (um filme da série de Val Lewton, “The Body Snatchers”), há a primeira versão de “A Aldeia dos Amaldiçoados” (com John Carpenter virou “A Cidade dos Amaldiçoados”, mas a ideia está lá) e até um Cavalcanti.

Coisa muito interessante para quem curte ou estuda o gênero.

E também para quem não curte.

Qual a vantagem dessas caixas? Para as companhias, eu digo.

Eles te vendem seis Ozus restaurados. De maneira que vale mais a pena comprar logo a caixa do que ficar baixando da internet sem saber direito o que vai rolar.

Ainda não vi os filmes da caixa de Horror, mas deve ir pelo mesmo caminho.

Uma boa maneira de encarar a decadência do DVD.