Alberto Dines, esse homem muito gentil, me convidou pela segunda vez para o seu programa de TV, o “observatório da Imprensa”.
Um tema árido: a tentativa de censura da cúria do Rio de Janeiro a uma filmagem a ser realizada diante da imagem do Cristo Redentor.
A igreja recuou, o que é coisa de bom senso. Mas ficou a sensação de ter feito coisa feia, mesquinha.
E a Igreja Católica foi um lugar de mesquinharia, de abandono de boas causas, de proximidade com as pessoas, em favor de coisas como proibição de relações sexuais com camisinha, ou do aborto.
O espiritual cedeu muito lugar ao formal nos reinados de João Paulo II e Bento XVI. E me parece que esse comportamento ditou essa bobagem do cardeal carioca. Quer dizer, em vez de cuidar dos problemas reais, que já não são poucos, cria-se um novo.
À parte isso, temos a questão bem abstrata dos fundamentalismos, de uma presença perversa de diversas crenças num universo em princípio laico: Irã, Israel, Bagdá, Egito, Congresso em Brasília são parte apenas dessa invasão.
Não sei como fui parar ali, já que os outros convidados eram pessoas ilustres, como Jorge Duran e o ministro Aires Brito, do Supremo.