Nós, os mimados

Por Inácio Araujo

Quando eu digo que os brasileiros são mimados; não me excluo. Somos tratados de maneira senhorial, acima de certo nível econômico. Os caras aqui passaram pela carnificina da Guerra e depois da outra guerra. Passaram por racionamentos de todos os tipos. Então, em Milão; todo mundo faz meia hora de fila para comprar uma passagem de trem e ninguém chia.

No aeroporto de Bolonha faz fila quilométrica, com só uma mulher fazendo check in, recebendo bagagem e tudo mais:

Em Paris, vou ao restaurante e um cara só serve todas as mesas (a bem da verdade: o cara é muito bom: sozinho serve melhor que cinco dos nossos),

Isso para dizer que a vida desse lado as vezes não é nada fácil e que existia algo de ridículo nessa campanha toda que prometia o apocalipse para a Copa.

O resultado é que quando os caras chegaram e não tinha apocalipse nenhum, acabou que estão achando tudo uma beleza.

O que é bom. Acho que para coisas como o turismo vai contribuir bem, a longo prazo, se ninguém, se encostar e esperar que o mundo venha para cá.

E, sim, como também somos maníaco-depressivos, não duvido que a “vergonha” prometida vire “orgulho” desmedido (e se enterrem as mazelas; que não desapareceram por encanto).

Até porque 2016 está aí e as Olimpíadas idem.

Chances assim não se perdem…

Desculpem, volto logo ao Ritrovato, a Cannes da cinefilia, como resume o Antonio Rodrigues.

E cada vez mais Cannes, isto é: business.

7 a 1

Esse baile que a gente levou dos “boches” não muda nada nessa história.

Mas parecia que Os Trapalhões é que estavam jogando pela gente.

Bem, vamos baixar a crista. Para falar com franqueza, a gente já merecia estar fora desde aquele jogo contra o Chile.

Mas perder de 7 desses caras com cara de sargentos da SS não é mole.