Do que vi, houve sessão fabulosa de Max Linder. Pela primeira vez deu para eu entender em toda a extensão o quanto era talentoso o comediante francês.
Uma sessão muito boa: além de Linder buscou várias artes que encantaram Chaplin e marcaram Carlitos. Do balé ao malabarismo.
Está tudo nos filmes.
Mas o que mais me impressionou foi mesmo um documentário de 1904 sobre Viver em Londres. Um achado: começa com um vagabundo na rua, velhas roupas, velhos sapatos. Seria Carlitos se não fosse velho.
O principal, porém, é algo que não sei definir: aqueles rostos, gestos, a expressão de um menino que faz pose, algumas pessoas que observam a objetiva. O homem pela primeira vez aparecia em movimento naqueles dias. E num restauro primoroso (australiano). Me ficou a sensação de que só sabe o que é o cinema quem viu esses filmes até 1910.
No mais, o restauro de Juventude Transviada é um estouro, com direito ao restaurador da Warner (e de Scorsese, e de Gucci…) explicando os problemas de Nicholas Ray com o negativo novo que estava usando e que só captava direito o vermelho. Depois isso se corrige, mas o filme joga tudo no vermelho, o restante é claramente pastel.
Uma retrospectiva de Riccardo Freda que começa pode confirmá-lo mesmo como mestre do cinema popular. O Cavaleiro Misterioso, com Gassman fazendo um jovem e aventureiro e sedutor, claro, Casanova é um achado. Com Monicelli e Steno como co-roteiristas. Há coisas ali, a sério, que depois a gente veria em Brancaleone.
Mas é sempre essa tristeza. Não consegui ver um Wellman, um único filme polonês dos anos 50. Não ainda, mas chego lá. Ai estarei lamentando outras perdas.
Os rebeldes: Geração Beat e anarquismo místico
é o nome do livro de Claudio Willer, uma biografia dos beatniks, que dia 3 de julho terá lançamento na Martins Fontes (av. Paulista 509), a partir de 19h.
Willer é o cara que melhor conhece os beats: ainda não vi o livro, mas digo, no escuro, que vale a pena.