Péssima notícia, essa da saúde precária do Mojica, esse cineasta que alguns adoram, alguns detestam. Estou mais próximo da primeira categoria, mas não é tanto o cineasta, com seus lances de invenção completa, que me impressiona, mas o homem gentil, cheio de ideias, de uma doçura especial.
Mojica é um mestre do terror e um mestre da civilidade.
Candeias
Há quem não goste de “Ozualdo Candeias e o Cinema”, de Eugenio Puppo, por não sentirem ali uma intervenção firme do autor.
Discordo bem. A intervenção do autor, Puppo, está no levantamento de um material precioso, que, bem articulado, ilumina não só a obra como aspectos da vida do cineasta.
Candeias tem uma coisa única: se autodocumentou como poucos fizeram. Fazia filmes de família muito antes de sonhar em ser cineasta.
Depois, documentou a Boca do Lixo do cinema, seus personagens, suas festas, em fotos e filme.
Essa vida cinematográfica, que foi ao mesmo tempo vida de marginal perfeito, de recusa a se integrar a qualquer esquema de produção (ou vida) que lhe fosse imposto marca Ozualdo Candeias e o torna único.
Os Cabelos
Com seu vasto desinteresse pelo futebol e grande apuro visual, Sheila olhou para a seleção, ainda na hora do hino e perguntou: “o que esses caras fizeram esses dias? Ficaram indo ao cabeleireiro?”
Pelo tanto que jogaram parece que os dias foram mesmo dedicados, em grande parte, às vaidades.