No relicário de nossas vergonhas constam agora umas recomendações dos americanos a seus turistas no Brasil.
A coisa vai de doenças tropicais a tomar cuidado com grana deixada no hotel, andar de dois, por conta de assaltos. Coisas que a gente aqui precisa se cuidar também.
Passa por itens que, se é para envergonhar, deve envergonhar apenas a Fiesp, como a recomendação para levar camisinhas americanas.
Ok. A gente sabe que certos cuidados valem para todos os turistas em qualquer lugar do mundo, até na Suécia.
Outros valem mesmo para nós (cuidado com doenças tropicais).
Alguns são meio exagerados. O índice de violência no Brasil é de fato brutal (e a Copa não tem nada a ver com isso). Mas refere-se em geral aos bairros pobres, onde a polícia só entra pra encher as pessoas de porradas e tal. Acho que os turistas vão sobreviver, de um modo geral. Haverá quem morra, como há brasileiros que morrem fora do Brasil.
Outra parte das recomendações diz respeito à paranoia americana com o mundo exterior, onde tudo parece ameaçá-los. E como sabe qualquer espectador de cinema. Vejo no UOL que a seleção americana de futebol chegou cercada forte aparato. Se chamou a atenção assim é porque o tal aparato era bem maior que a de outros times.
Mas, francamente, nem o mais fanático aiatolá está preocupado com a seleção americana. As questões são outras. Mas, tudo bem, o seguro morreu de velho. Vá lá.
Agora, vejamos que recomendações a gente poderia dar aos brasileiros que fossem aos EUA. Por exemplo: não passar perto de igrejas e colégios, porque com frequência existe um atirador maluco ali.
E que tais…
Então é o seguinte: há que pensar em corrigir nossos defeitos e deficiências, que são incontáveis, em lugar de inventá-los.