Não sei mais por que meios, encontro na internet um vídeo desse Olavo de Carvalho, tido e havido nos meios reaças como o grande pensador brasileiro.
Eu só o conhecia de um artigo sobre o “Aurora”, de Murnau, onde comparava o filme do alemão favoravelmente em relação a Eisenstein. Talvez seja dele que nasceu esse comportamento direitóide, que consiste em só raciocinar reativamente. O fato é que há muito mais argumentos no artigo para demonstrar que Eisenstein não presta (basicamente por ser comuna) do que para demonstrar que Murnau é excelente (o que aliás é indiscutível).
Bem, no vídeo da internet, o Olavo comenta um entrevero entre um deputado homossexual, Jean Wyllis, e um pastor deputado, acho que aquele Feliciano.
Não começa mal: defende que o ataque ao homossexualismo, como direito de expressão, deve ser preservado. Não sei se há como contestar tal ideia.
Ou, essa é a impressão com que fiquei, o deputado retrucou que certas opiniões escapam ao direito de expressão para se tornarem incitação ao massacre.
Olavo de Carvalho diz concordar com isso, o que é coisa de bom senso.
Mas acrescenta, a seguir, que os maiores perseguidos por esse tipo de atitude foram os cristãos.
E perseguidos por quem? Pelos romanos. E quem eram os imperadores romanos? Notórios homossexuais, diz ele (não tenho a menor comprovação disso).
Portanto, segundo seu raciocínio, a vítima dos discursos de incitação ao massacre são os cristãos, e os homossexuais são os que não só incitaram como massacraram os cristãos.
Ok. Mas que diabo ele quer dizer com isso?
Que se a gente não massacrar os homossexuais eles vão nos massacrar?
E a quem? Aos heterossexuais, aos cristãos?
E, a propósito, o que tem o Império Romano a ver com isso?