Nesta altura, “Alemão” está chegando ao milhão de espectadores. Não é pouco para um filme como esse, ou seja, que não aspira a copiar programa da Globo, montar nas costas de um comediante famoso, etc.
Eu tenho reservas ao filme de Belmonte, já escrevi a respeito. Mas acho excelente que consiga furar esse bloqueio medonho, essa barragem que é a separação entre um público mais amplo e os filmes produzidos no Brasil.
E tenho a impressão de que é muito importante os cineastas (parte deles, ao menos) exercitarem esse espírito de aperfeiçoar a intuição (e não só ela. a pesquisa também), de oferecer ao público não “o que ele quer”, mas aquilo que ele quer ver e nem sabe que quer.
Acertar, nesse caso, é importante: não só se pode adquirir um conhecimento das preocupações capazes de levar o público ao cinema, como certa segurança sobre o que se fez – o que leva ao aperfeiçoamento do trabalho.