Dada a chatice de “12 Anos de Escravidão”, o melhor antídoto que encontro nos filmes que estão chegando é “Ninfomaníaca – Volume 2”.
Dizem que há uma versão com sexo explícito (nesta quase não tem nada, a bem dizer). Mas não sinto que faça falta. Posso estar enganado.
É um filme forte. A primeira parte existe mais como introdução ao que se vê aqui, em que Joe faz sua viagem ao fundo da noite, ao fundo da sexualidade.
Não é a sexualidade vivida como doença (“viciada em sexo”, como agora gostam os americanos). É uma necessidade, uma busca, um descobrir-se humana, um realizar atos necessários, mesmo quando atrozes, para preservar sua busca. E a humanidade não é uma flor assim suave, sabe-se.
Coragem: vale a pena, porque afinal Lars Von Trier não é exatamente um otimista, mas seu pessimismo é bem-humorado. Nada a ver com Michael Haneke.
De volta a Eles Voltam
Mas isso não impede de ver o “Eles Voltam”, no CineSesc, belo filme de Marcelo Lordello.
Para que ninguém pense que acontece por acaso, recomendo que dêem uma passadinha no velho “Blog do Inácio Araujo” do UOL. A entrevista com ele é a última coisa que publiquei, então aparece logo. Ele é brilhante e tem plena consciência do que faz.
Há dias, quando eu revi o filme, o som estava longe de ser perfeito. É bom porque quem já viu o filme descobre que os diálogos não são assim tão relevantes. O essencial vem da imagem. Mas eu espero que já esteja devidamente corrigido o problema.