Voltei a ver o belo “Eles Voltam”, muito tempo depois.
A satisfação, primeiro, de encontrar coisas que não me tinham ocorrido.
Um fime muito Guimarães Rosa, em certo sentido: essa estrada é uma terceira margem do rio, de certa forma.
Só que ela não vai parar lá voluntariamente.
Ou vai? (estou lendo a biografia do Freud, vão desculpar…).
E à profusão de cinema dentro desse filme: pode-se pensar em Kiarostami, pela trajetória, em Hitchcock, pelo suspense, em Bresson, em Rossellini…
Mas Alcino Leite acrescentou a essa lista o Antonioni. Pior:viu na menina a cara da Monica Vitti. E não sem razão.
E O SOM AO REDOR
Agora, o pessoal da distribuidora tem que dar uma passada no CineSesc.
O recifês já é meio difícil de entender.
E por vezes o filme joga muito com o som encobrindo as palavras.
Mas há vários momentos em que não é isso não: a voz está coberta quando não devia estar.
Deve haver algo na regulagem do projetor para verificar (a imagem está linda, diga-se).
Ou então é a cópia.
Bem, as palavras não importam tanto no filme, mas havia uma sala quase cheia e é chato as pessoas saírem comentando um problema tão elementar.
ET PUR SI MUOVE
Só uma prévia: O Que Se Move, do Caetano Gotardo, foi o indicado pelo júri como melhor filme de língua portuguesa do ano.
Uma audácia do júri, claro.
Pois lá havia Tabu, O Som ao Redor, A Educação Sentimental.
Mas, primeiro, os jurados portugueses gostaram muito do O Que Se Move, e isso é muito bom.
Segundo, porque é importante que os sinais de vida do cinema aqui em SP sejam vistos e reconhecidos.
Leva tempo. Hoje em dia já se pode confiar nos filmes pernambucanos, mas foi uma luta.
O pessoal do Filmes do Caixote vai renovando por aqui também.
Há um cinema brasileiro nascendo, e isso é muito animador.