Ok, quem quiser estar em dia com a atualidade não precisa nem se mexer: a quantidade de filmes do Oscar que está passando é absurda.
Voltarei a eles.
Mas para quem quer ficar desatualizado eu sugiro dar uma olhada na mostra Verão de Clássicos, na Cinemateca Brasileira.
Eles vão passar “O Espírito da Colméia”, o filme absoluto de Victor Erice e o primeiro filme da menina Ana Torrent.
Para fazer a comparação, passam também o “Cria Cuervos”, do Carlos Saura”, feito pouco depois, com a mesma Ana Torrent.
Tem coisas de que eu não gosto muito. Passo por elas. Mas quem nunca viu o “Othelo” do Orson Welles tem que dar uma passadinha por lá.
E há também o “Romance”, da Catherine Breillat, que não é para todos os gostos. Tem umas cenas de sexo explícito bem explícito mesmo. Mas eu acho que é uma mulher corajosa, interessante no meio da produção francesa.
Bem, há mais, como “A Flauta Mágica” do Bergman. Enfim, daí por diante tem que dar uma olhada na programação.
Por fim, não sei se será problema ou solução, mas o ar condicionado da sala BNDES costuma ser gélido.
Por falar em sala gélida, assim é também a do Cinesesc. Uma bela chance para ver “Era uma Vez em Tóquio”, do Ozu, 100% restaurado.
Há também o “remake”, “Uma Família de Tóquio”, do Yoji Yamada. Esse não é indispensável.
O Aqui e Agora
Sim, não chegou ainda “12 Anos de Escravidão”, dado como barbada para o Oscar, que eu acho um academismo só.
Do que eu mais gostei: do “Lobo de Wall Street”. A amiga Fernanda Ezabella achou que o filme era meio caricatural. Acho que ela não leu o livro: o Scorsese optou por ser discreto diante do modo de vida do cara. Mas ainda quero voltar a esse filme um dia: esse modo de vida de algum modo reflete, ou mais que isso, é a própria essência do capitalismo financeiro: a alteração da percepção é o essencial.
“Nebraska” : gostei muito, o Alexander Payne me parece um dos caras mais conseqüentes dessa geração de diretores americanos. Um autor, mesmo. E tem o seguinte: o Bruce Dern está espetacular.
“Philomena”: melo de Stephen Frears, que já teve dias melhores, assim como Judi Dench. Tem uma história sensível, mas o filme parece hesitar sempre entre o melo e a questão da Igreja Católica e suas atrocidades. No fim, acaba um pouco no meio do caminho e pode-se muito bem esquecer.
“Ela”: esse me parece bem Spike Jonze. Começa com uma boa idéia (a solidão na era da comunicação total) e não vai pra parte alguma. Mais ou men os como “Quero Ser John Malkovich”.
“Trapaça”: talvez porque eu esperasse muito, o filme me decepcionou um tanto. Scorsese demais. O que deu no O. Russell? Ele tinha conseguido marcar em alguns momentos, de repente aparece com um filme imitativo, que me pareceu um tanto antiquado… Agora, a atriz coadjuvante é boa demais.
Comentários
O sistema de liberação de comentários ainda não estava funcionando direito até ontem. Não sei se rolou hoje, não pude ver ainda.
Peço paciência. Essas coisas novas têm sempre alguns entraves.